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"Metalhead": a música como válvula de escape

Atualizado: 7 de fev. de 2022

Metalhead (no original "Málmhaus" e em português "Mudando o Destino") é um filme islandês de 2013, escrito e dirigido por Ragnar Bragason e protagonizado por Thora Bjorg Helga no papel de Hera. Ambientado em um vilarejo pequeno e frio, a trama nos mostra a jovem headbanger com uma história comovente sobre o luto como plano de fundo.



Após a morte trágica de seu irmão, Hera e seus pais estão tentando lidar com a perda de alguma forma. Baldur (Óskar Logi Ágústsson) era um grande entusiasta do metal e o modo como Hera percebe ser possível suportar a situação do luto e ter seu irmão sempre por perto é se apropriando de seu gosto musical e estilo.


Hera é uma guitarrista virtuosa - e aparentemente autodidata, já que em sua vila não há mais nada além de gado, tricô e igreja -, está sempre se informando sobre bandas e artistas em destaque e claro, sendo acusada de satanismo. Sua revolta é facilmente entendida por quem assiste o filme, mas ninguém ao seu redor parece perceber como o metal é importante pra ela lidar com sua realidade e sofrimento.

Na história, a música representa uma potente válvula de escape para Hera, que a utiliza para se comunicar com seu irmão, exorcizar seus próprios problemas, e lidar de alguma forma com a falta de afeto e de compreensão.


Uma das cenas mais inspiradoras do filme é quando Hera decide finalmente gravar sua primeira demo: sozinha, claro, dentro de um dos celeiros da família.


Outro mérito da narrativa é a escolha da época em que o filme se passa. Os anos 90 marcam o início do movimento do black metal norueguês: igrejas queimadas passando na TV; demos enviadas por cartas; pequenos selos independentes correndo atrás de artistas e corpse paint. Tudo te deixa envolvido e intrigado pra saber se Hera vai seguir seu sonho na música ou vai se tornar mais uma dona de casa em seu vilarejo.



SPOILERS A SEGUIR:


Existe uma pressão enorme para que Hera saia dessa "fase" headbanger e se torne uma mulher padrão praquele vilarejo. Seu melhor amigo afirma essa preocupação o tempo todo e insiste em querer transformá-la em uma pessoa passiva. Ela até tenta se encaixar nessa posição de alguma forma, aceita receber alguma ajuda e muda bruscamente o visual - como se quem tivesse algum tipo de relacionamento deixasse de ser metaleiro, enfim - mas a salvação finalmente vem com estrangeiros interessados na profundidade e brutalidade do seu som.


De alguma forma, aqui temos um embate para as mulheres que trabalham com música: simplesmente desistir de tudo em prol de uma família padrão ou continuar fazendo o que você acredita. O filme não mostra a possibilidade de um meio termo, mas termina com um final quentinho e emocionante.


DISPONÍVEL EM: Prime Video



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